O desenvolvimento de projetos acústicos em ambientes urbanos traz vários desafios. Isso se deve, em grande medida, à complexidade e ao dinamismo das áreas mais adensadas nas grandes cidades.
Muitos projetos acústicos estão localizados em áreas urbanas de intenso movimento e diversas fontes de ruídos. Dentre elas, estão tráfego de veículos, construções, atividades comerciais e eventos públicos. Além disso, edifícios muito próximos também formam um fator que aumenta a propagação do som e a interferência entre espaços.
Os desafios trazidos à acústica por conta da urbanização demandam soluções em projetos para minimizar de forma significativa os impactos. Medidas como o uso de materiais de isolamento sonoro, assim como o planejamento urbano inteligente que considera a localização de edifícios são relevantes. Também leva-se em consideração a orientação das vias, além da possibilidade de adoção de elementos arquitetônicos que absorvem ou dissipam o som. Existem, ainda, técnicas de mitigação de ruído durante a construção.
Além disso, políticas urbanas que promovem a conscientização sobre o ruído e a implementação de regulamentações eficazes podem ser cruciais. Sob a ótica da iniciativa privada, é recomendável que exista um maior controle sobre as fabricantes de eletrodomésticos, brinquedos, eletroeletrônicos, computadores e outros produtos de uso cotidiano. É importante a incorporação de tecnologias que reduzam os ruídos produzidos.
O que pode ser feito para atenuar os ruídos urbanos?
Existem várias iniciativas que podem ser combinadas para mitigar os ruídos em ambientes urbanos. Esse esforço para minimizá-los pode se dar na origem do som, durante sua propagação ou no receptor.
Ainda, o uso de componentes naturais, por exemplo, pode atenuar o estresse acústico e, com isso, reduzir os níveis de ruído sob a perspectiva psicoacústica. Nesse sentido, a escolha da vegetação pode fazer diferença não apenas sob o aspecto visual, mas também no conforto acústico.
Além dos projetos em si, é importante haver o envolvimento das autoridades públicas para reduzir os ruídos urbanos. Isso pode ser feito pela priorização do transporte coletivo, investimento em ciclovias e passeios cobertos para pedestres, bem como uma escolha estratégica da distribuição espacial dos equipamentos urbanos, considerando-se o impacto sonoro.
Gestão e controle de ruído em diferentes países
O envolvimento do poder público é um tema fundamental. Desde 2002, a União Europeia tem uma política muito clara de gestão e controle de ruído. Ela prevê o mapeamento de ruído obrigatório em cidades com mais de 250 mil habitantes; programa de ações e metas para combate à poluição sonora; e um sistema de informação ao público.
Na América do Sul, existem programas de gestão e controle de ruído em Santiago, no Chile, Bogotá, na Colômbia, e Buenos Aires, na Argentina. O Brasil tem somente um programa oficial de mapeamento, na cidade de Fortaleza. Porém, há pesquisas em outras capitais: Florianópolis, Belém, Rio de Janeiro, Curitiba, Aracaju e São Paulo.
Os mapas de ruído avaliam uma série de fatores:
- Fontes de ruído: tráfego rodoviário, tráfego ferroviário, tráfego aéreo, indústria e entretenimento e lazer;
- Usos do solo;
- Ocupação humana;
- Terrenos;
- Edificações e outras construções (muros, pontes, viadutos).
Poluição sonora deve fazer parte do debate público
A forte poluição sonora observada em grandes cidades brasileiras é um tema que merece atenção. Esse assunto não deve estar restrito a projetos acústicos, mas pode também pautar o debate público.
A chamada “cultura do barulho” pode ser revertida com base em diálogo e ações de controle e gestão. A poluição sonora costuma ter menos espaço quando comparada à poluição do ar e da água.
Este quadro pode mudar à medida que a poluição sonora se relaciona a problemas de saúde. Dentre eles, estão os distúrbios do sono, estresse, depressão, irritabilidade e até doenças cardiovasculares. Dessa forma, e não por acaso, a Organização Mundial de Saúde (OMS) classifica a poluição sonora como problema de saúde pública. A entidade estima que 800 milhões de pessoas sofram com perda auditiva, quantidade que deverá aumentar para 1,1 bilhão até 2015 – aproximadamente 16% da população.
Projetos acústicos consistentes são essenciais
A realidade das áreas urbanas representa um grande desafio para construtoras que desejam garantir conforto acústico às pessoas. Dessa forma, é muito importante que existam projetos acústicos consistentes para otimizar ao máximo o isolamento e minimizar o impacto dos ruídos urbanos.
Porém, estes projetos acústicos, ainda que sejam excelentes, podem ter maior eficácia se forem acompanhados por políticas públicas. Para isso, a sociedade deve compreender o debate como algo relevante para a saúde pública e para o bem-estar de todos.
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